Desempenho e industrialização da construção

Soluções para o atendimento à Norma de Desempenho e adoção de novos sistemas construtivos

No dia 25/08/2015, 10 palestrantes e 140 profissionais da cadeia produtiva da construção participaram da terceira oficina temática promovida pelo EnRedes – Desempenho e Industrialização da Construção.

Na parte da manhã, foram apresentados novos sistemas construtivos industrializados que estão sendo adotados por empresas líderes da cadeia produtiva da construção e debatidos seus impactos na produtividade, redução de prazos e custos.

Na parte da tarde, foi debatido o papel de empresas incorporadoras, construtoras, projetistas e fabricantes de materiais diante da Norma de Desempenho para edificações (NBR 15.575), e como elas estão se capacitando e se estruturando para atender aos quesitos da norma, inclusive quanto às responsabilidades legais.

A oficina propiciou um ambiente bastante favorável à troca de conhecimentos e networking, possibilitando a todos os participantes uma interação direta e descontraída, inclusive com os palestrantes.

 

Industrialização e certificação

O empreendimento Porto Atlântico Leste, construído na cidade do Rio de Janeiro, foi planejado diante de um cenário complexo de exigências para a execução de várias obras simultâneas e em curto prazo na região do Porto Maravilha. Optou-se, por isso, pela industrialização e pré-fabricação, que trouxe menores riscos, maior controle sobre o custo de construção, maior produtividade, precisão dos serviços executados, entre outros diferenciais e vantagens. Além disso, a busca pela certificação ambiental do empreendimento foi uma escolha desde o início, no caso o LEED, em que a redução da geração de resíduos e a utilização de conteúdo reciclado na obra foram diferenciais.

A construção metálica vertical, sistema utilizado pelo Porto Atlântico Leste, foi apresentada também com outra abordagem na segunda palestra, quando se detalhou itens de projeto, construção, desempenho, interfaces com outros sistemas, possibilitando desmistificar a complexidade do sistema.

 

Sistemas construtivos industrializados

Foram apresentadas várias alternativas que podem ser exploradas em fachadas, indo muito além dos sistemas convencionais. Para a escolha de novos sistemas para fachadas, no entanto, foi destacada a necessidade de se levar em consideração não só aspectos técnicos (projeto executivo completo, precisão dimensional, ajustabilidade, manuseabilidade, facilidade de troca, limpabilidade), como os mercadológicos (capacidade de suporte ao projeto de arquitetura, equipe de montagem própria, disponibilidade de materiais), além de um estudo de suas limitações e vantagens (quanto a custos, desempenho, sustentabilidade, etc.).

Na apresentação do Sistema Concreto PVC, inicialmente desenvolvido para atender a edificações do programa Minha Casa Minha Vida, além de ser detalhado o passo a passo do sistema, também foi destacada a facilidade e simplificação da execução da sua construção, com significativa redução do cronograma.

Quanto aos sistemas de construção seca de painéis e coberturas, foram apresentados vários cases, comparando-se desempenho, custos, tempo de execução, sustentabilidade, produtividade em relação ao uso de sistemas convencionais.

 

A Norma de Desempenho

A Norma define uma cadeia de responsabilidades a todos os players do setor imobiliário, desde o incorporador até o fornecedor no que diz respeito tanto à fabricação de materiais e componentes, como ao projeto e à execução das obras, além do uso da edificação.

Por isso, foram apresentados e discutidos os impactos hoje no projeto, fornecimento de materiais, na construção e no uso, tanto técnicos como legais, sendo destacada a importância do conhecimento da Norma em profundidade por toda essa cadeia e o quanto ainda se tem pela frente em cada segmento para absorção dessa nova cultura e conceito de desempenho.

No projeto, foi evidenciada a abordagem por desempenho, e não apenas prescritiva, o que significa projetar segundo a definição do desempenho do todo e de suas partes para, depois, definir as tecnologias construtivas. O empreendimento, portanto, já deve nascer com os conceitos da norma de desempenho incorporados.

Já em relação à fabricação e desenvolvimento de sistemas construtivos, foi debatida a conformidade dos materiais e seus elementos constituintes, suas interfaces, e as definições e orientações para operação e manutenção do sistema construído.

Com relação às incorporadoras e construtoras, destacou-se a importância de inserir a Norma na prática das empresas, ou seja, iniciar a operacionalização dos processos, segundo os conceitos e aplicação de desempeno, no dia a dia da empresa. Para isso, é importante a gestão do processo de atendimento à norma na empresa, analisando e evidenciando tanto o atendimento quanto definindo os critérios não atendidos.

É recomendado, portanto, neste atual estágio de implantação, elaborar um memorial descritivo detalhado do empreendimento e o arquivo pelas empresas de todos os registros de ensaios e de documentos que atestem tanto o desempenho como a durabilidade dos produtos usados na construção da edificação.

A Norma atribui aos usuários a adequada operação e manutenção do empreendimento, de acordo com as orientações do manual de utilização. Por isso, o manual de uso, operação e especificação é extremamente importante, deve ser elaborado o mais detalhado possível, pois pode ser um elemento fundamental de defesa das empresas, caso ocorram patologias ou falhas quanto à qualidade e desempenho em qualquer área da edificação.

No campo jurídico, a Norma de Desempenho passa a ter grande efeito e será referência para possíveis ações judiciais. Por isso, foi analisada e debatida a norma de desempenho, o novo código de processo civil e a mediação extrajudicial.

 

Na programação abaixo, você pode acessar as palestras e os cases apresentados

 

PROGRAMAÇÃO 25/08

Clique nos nomes dos palestrantes para acessar os currículos

8h00 Credenciamento | Good Morning Coffee

8h30 Abertura

Roberto de Souza (Diretor Presidente do CTE)

 

Painel I – Industrialização e certificação

9h00 Sustentabilidade e Industrialização: Case Odebrecht do Porto Atlântico

Edson Kater (Diretor de Construção da Odebrecht Realizações Imobiliárias)

9h30 Desmistificando a Construção Metálica Vertical no Brasil

Ronaldo Martineli (Diretor em Soluções de Engenharia da Medabil)

10h00 Debates

10h30 Coffee Break

 

Painel II – Sistemas construtivos industrializados

11h00 Sistemas construtivos industrializados para fachadas

Jonas Silvestre Medeiros (Diretor da Inovatec Consultores)

11h30 Sistema Construtivo Concreto PVC

Janderson Antonio de Bei (Gerente e Consultor da Bazze Indústria de Perfis de PVC)

12h00 Sistemas de construção seca: painéis e coberturas para a construção industrial e shoppings

Sérgio Bandeira (Diretor de Desenvolvimento e Relações com o Mercado da Isoeste)

12h30 Debates

13h00 Business Lunch

 

Painel III – Mesa redonda: A Norma de Desempenho

14h00 Impactos da norma de desempenho na cadeia produtiva da construção

Márcia Menezes (Diretora da Unidade de Inovação & Tecnologia do CTE)

14h20 Incorporadoras e construtoras e a Norma de Desempenho

Carlos Alberto de Moraes Borges (Diretor Presidente da Construtora Tarjab)

14h40 A importância dos materiais para o desempenho da construção

Vera Fernandes Hachich (Sócia-gerente da TESIS)

15h00 A importância do projeto para o desempenho da construção

Miriam Addor (Presidente da AsBEA)

15h20 Aspectos jurídicos da Norma de Desempenho

Dr. Carlos Pinto Del Mar (Advogado da Pacífico e Del Mar, Advogados – Escritórios Associados)

15h40 Debates

DESTAQUES DA OFICINA

 

A emissão de gases de efeito estufa (GEE) deste evento foi calculada pelo CTE e foram plantadas pela empresa Curupira 39 árvores para neutralizar os efeitos das emissões de CO2.

Total de emissões do evento (kgCO2e) = 6.710,8

Capacidade média de retenção de CO2 por árvore durante 20 anos = 175,14

Número de árvores plantadas para neutralização de GEE deste evento = 39

 

 

 

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